domingo, 27 de setembro de 2015

                                                Caixa
E não é que uma simples caixa fez tremer meu coração?
Não é que esta mesma caixa fez pensar no sol que havia dentro da chuva?
Não é que esta caixa, a mesma, fez ver, dentro e fora, escondidos sentimentos?

Dentro da caixa vi dois olhinhos ansiosos, vi um coração adolescendo, um contínuo indagar da vida e uma possibilidade de encontrar caminhos.

Fora da caixa percebi o que se insinuava em seu interior, vi sinais perceptíveis do que ela poderia conter. Vi pontes que conduziam a um interior prestes a explodir em amores. Vi os coloridos, os pincéis, os recortes de que a vida é feita. 

E vi muito mais, mais do que sei dizer, mais do que sei expressar.

E estava tudo na caixa?
Certamente que não. 
Estava no olhar, no carinho, na partilha, na busca, no encontro, no trabalho sendo feito, 
Estava também  na superação da dificuldade primeira de encontrar um jeito de fazer uma coisa que não se sabia como.

E depois de pronto o trabalho ficamos diante de uma simples caixa, mas que já era mais que isto: era a expressão de um texto que dizia tudo o que esperamos para nossa vida : que alguém goste de nós pelo que somos, pelo que podemos ser, do jeito que somos, ou seja , de qualquer jeito.






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