sábado, 7 de novembro de 2015

Apesar

Apesar de tudo,quero me alegrar. Quero ser confiante e feliz, porque dores muitas já passei. Passei e quero que sejam passado e não presente. Elas, as dores, marcam fundo e são nosso presente de ensinamentos. Por isto devem ficar no passado, porque deixaram suas marcas. Estas marcas nos atualizam, nos lembram, nos ensinam.
Agradeço e peço a Deus para que me dê alegria para viver e ver a gratuidade da vida. Eu quero significa mais que meu quere, é , na verdade um pedido, um desejo, uma descoberta de alguém que entende o quanto vale cada segundo desta viagem passageira.
Por isto peço.

domingo, 27 de setembro de 2015

                                                Caixa
E não é que uma simples caixa fez tremer meu coração?
Não é que esta mesma caixa fez pensar no sol que havia dentro da chuva?
Não é que esta caixa, a mesma, fez ver, dentro e fora, escondidos sentimentos?

Dentro da caixa vi dois olhinhos ansiosos, vi um coração adolescendo, um contínuo indagar da vida e uma possibilidade de encontrar caminhos.

Fora da caixa percebi o que se insinuava em seu interior, vi sinais perceptíveis do que ela poderia conter. Vi pontes que conduziam a um interior prestes a explodir em amores. Vi os coloridos, os pincéis, os recortes de que a vida é feita. 

E vi muito mais, mais do que sei dizer, mais do que sei expressar.

E estava tudo na caixa?
Certamente que não. 
Estava no olhar, no carinho, na partilha, na busca, no encontro, no trabalho sendo feito, 
Estava também  na superação da dificuldade primeira de encontrar um jeito de fazer uma coisa que não se sabia como.

E depois de pronto o trabalho ficamos diante de uma simples caixa, mas que já era mais que isto: era a expressão de um texto que dizia tudo o que esperamos para nossa vida : que alguém goste de nós pelo que somos, pelo que podemos ser, do jeito que somos, ou seja , de qualquer jeito.






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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Emoções

Emoções do dia 18\10\2014 em Porto Alegre
Em uma oportunidade de profunda experiência onde olho com espanto tudo que me cerca, concluo ou vejo o quanto o entorno tem um poder sobre o que somos e o que podemos ser, bem como o que terminamos sendo.
A vida nos shoppings, a estrutura das construções, o mundo virtual tão real para os jovens, tudo o que vemos nas cidades grandes mostra-se de modo forte, natural, espontâneo, ainda que pareça aos olhos não acostumados, como antinatural .
Aqui se misturam os mundos dos que andam nas ruas, dos que podem comprar e olhando para este mundo já criado, formado em pouco tempo pelo próprio ser humano, continuam assim andando os que aí vivem. dentro dele.Com suas fantasias, com sua linguagem própria. Fantasias reais que eu vi chamadas de clothesplays porque de cada dez palavras quase as mesmas dez são faladas em Inglês. E andamos por lojas que vendem os games e não há nada de estranho nisto porque aos olhos dos estranhos a este mundo de animes , games e shoppings pode parecer estranho, mas é natural para quem está dentro dele.
Assim é como se eu tivesse viajado a tempos e lugares em um só tempo ..
Existem mundos dentro do mundo. E ali eu via e vejo o quanto sou ínfima. Muito melhor descreve Terezinha sua viagem a Roma. E o quanto ela pode ter sentido diante das grandezas e diversificações , além do poder divino em tudo, teria sido  também nossa absoluta pequenez diante das realidades, das obras, das transformações da sociedade e de tudo que nos cerca.
Nos dias atuais temos shoppings enormes, gente fantasiada de seus heróis de histórias inventadas, sonhos tornados reais, virtual ao vivo. E quem está certo ou errado? Não sei. Todos nós , apenas seres em transição , sofremos influências e alguns tem pouco contato com a natureza, com o comum da vida de quem nada conhece da vida dos que trabalham , se esforçam por sustento. Aqui no shopping temos praças bem cuidadas, ônibus para andar, livros e gibis, games, escadas rolantes, cinema, comida, amizades. é um mundo perfeito, novo, limpo, arejado, iluminado, perfumado, enfeitado, sem pó, sem terra, sem dor.
E no campo? E na fábrica? E na escola? E na casa? E nas igrejas? E nas ruas? E nas estradas?
Em tudo há diversidade . Eu estava como que na janela de um trem olhando tudo isto e confiando no condutor.. Continuo confiando porque vi que nada sou diante de tudo o que é. E só consigo dizer que tudo está aí do jeito que é e nada sou sendo apenas eu.
Isto tudo pensei , muito mais ainda , quando fomos com os netos ao Anime Extreme e depois a um shopping.Ficamos até a noite do dia 19\10\2014 onde comemoramos com um pastel, convite do Gabo,  e com um bolo de chocolate meu ,  aniversário enquanto esperávamos a chegada da filha e do genro que voltavam de um congresso .
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terça-feira, 14 de abril de 2015

Uma poesia que escrevi há muito tempo para minha filha Sílvia quando era adolescente e fazia uma dieta. 
Tão feliz eu era!
 Linda, verde, brilhante
 de saias rodadas
 parecendo babados.
Tão feliz eu era!
Gostosa, mordida, fresquinha, saborosa,
sempre nas festas, nas mãos das crianças,
 nas bocas diferentes de toda gente.
Sempre brilhava nas bancas,
era apenas eu, sempre leve e gostosa.
Todo mundo me queria
 porque conhecia o meu sabor.
 Temperada, pura, misturada
eu era apenas eu.
Depois...tudo mudou disseram tudo o que o que sou
mas não essencialmente o que sou.
Disseram que eu era não calórica, é verdade,
mas não é só isso que sempre fui.
E aí fui perdendo a graça,
 porque eu tenho sabor, sou verde, sou linda, sou brilhante..
mas depois desta história de dieta e regime,
 esqueceram-se de quem sou
 e só me querem pelo que menos sou.
Um dia, antes, as crianças me colhiam na horta,
me compravam na feira e discutiam sabores.
Hoje a magia acabou
transformaram não só a mim, em insípida e não calórica,
 mas já pensaram quem sou?
 Mudaram tantas coisas e não só eu me senti.
Porque da beleza das cores catalogaram a todos nós como se não tivéssemos cor, beleza e sabor?
E aqui estou eu linda, bela, exuberante...
uma alface pensativa
 no meio do colorido de tantos melões, abacaxis, maçãs, laranjas...
 a esperar que alguém me queira pelo que sou.