Para mim o Natal ainda é um sonho.
Ainda é a lembrança daqueles tempos em que se lia uma história e a gente se imaginava dentro dela. Talvez o personagem que hoje vivemos seja a introspecção de algumas destas vivencias ou estas histórias vividas.
A mim agradavam aquelas em que as pessoas se trocavam pequenos presentes frutos de seus esforços, simbolizando todo o carinho, amor,dedicação para com quem ia ser presenteado.
Nestas histórias as pessoas passavam por tempos difíceis,trabalhavam no campo,a comida era pouca, o perigo era a natureza com suas intempéries, as distancias eram longas,a neve e o frio eram ameaça e aconchego,a lenha era cortada,os animais sofriam.
Nestes tempos de desamparo, se iluminava ao longe sempre uma casinha, coberta de neve e a figura de uma estrela mostrava um caminho certo, um abrigo, uma esperança.
Surgindo do desamparo, lembro ainda, nestas histórias, que as pessoas enfrentavam sua dura realidade, transformando-se em desbravadores, artesãos ou agricultores capazes de realizarem a sua própria vida.
Assim, aquela espera do Natal fazia com que os presentes fossem aquilo que sua vida lhes permitia simbolizando-a em suas expectativas e possibilidades.Um bolo era um regalo dos deuses,uma lingüiça,uma carne assada,um guardanapo bordado faziam com que reinasse a fartura e a esperança sempre.
Duas histórias de Natal traduzem um pouco o que quero dizer: “A menina e os fósforos “ Dostoievsky- e a do “Relógio e o prendedor de cabelos” – .Um dia eu conto estas histórias .
O que estas dizem eu traduzo por: “Sintam-se felizes com seus presentes”. Eles são muito mais que presentes. Eles representam todos os pensamentos, as dúvidas, as escolhas que os geraram.Nós não estamos sozinhos aqui.Estamos com todos que nos ajudaram a chegar até aqui. Estamos recebendo dádivas que são muito maiores do que o consumismo pode gerar e quereríamos que fosse tudo o melhor para todos .Presentes são símbolos .O amor,este sim,por este,tão somente e sempre ainda se acredita em Natal .
Alegremo-nos por nossas presenças.
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